28/01/2019
A pessoa “certa” no lugar “certo”
por Nilton Göedert
Ninguém consegue fazer algo grandioso sozinho, na vida pessoal ou profissional: somos ligados, influenciamos e somos influenciados pelas pessoas que nos cercam nos ambientes em que vivemos. Isso é uma coisa que quem quer ser líder precisa reconhecer e pôr em prática. E daí reconheço que se há uma característica fundamental para se exercer a posição de líder – e ser bem-sucedido nessa função –, esta é saber lidar com pessoas. E que fique claro: quando digo “lidar”, não estou apenas me referindo a recrutar, contratar e dispensar. Um bom líder precisa de muito mais do que isso, num processo que começa na definição inicial da posição e função de um novo membro da equipe e continua na sutil e constante observação de capacidades, potenciais e níveis de interesse de cada um. E mais, o líder não deve apenas identificar os pontos fortes, mas saber administrar os pontos fracos que existam em sua equipe.
Digo isso porque acredito que talvez não exista a “pessoa certa”, pronta para ser contratada, mas nunca duvidei que talentos possam ser descobertos, competências possam ser estimuladas, bons desempenhos possam ser motivados e valorizados. Ou seja, a equipe tanto pode crescer quanto melhorar constantemente. Sim, porque não é apenas de contratações que vive uma equipe, mas também de fidelização e manutenção de bons colaboradores.
Nos dias de hoje, para além do tradicional setor de recursos humanos, o que vem ganhando espaço nas empresas é a gestão de pessoas, que utiliza técnicas e ferramentas para recrutar profissionais que possam ajudar a empresa a crescer, que sejam comprometidas com as atividades e competentes nas funções, para então colocá-las nos “lugares certos”, sempre em busca de bons resultados. Mas vamos lá: de forma simples e abrangente, para recrutar, avaliar e selecionar pessoas não existe uma fórmula única, ou mesmo um manual que se encaixe em todas as situações. Usando as tais técnicas e ferramentas, nossa experiência pessoal e intuição, sabemos que é provável conseguirmos um resultado positivo, “pinçar” a “pessoa certa” e colocá-la no “lugar certo”.
Mas não podemos considerar o trabalho finalizado e todos os problemas resolvidos: pessoas são pessoas; são diferentes e passam de maneiras diferentes pelas situações que se apresentam. E um “pequeno” detalhe: elas (as pessoas) são o maior capital de uma empresa.
Seja líder e mantenha sua liderança observando e reconhecendo colaboradores, identificando bons resultados, problemas e possibilidades. Olhe com atenção para aquele profissional com grande potencial de crescimento, mas que vem apresentando baixo resultado em sua função; a solução seria treiná-lo e qualificá-lo para melhorar o desempenho ou testá-lo em outras funções? E aqueles que alcançam os resultados deles esperados, mas estão estagnados em uma posição há anos, com um baixo potencial de crescimento? Será que não é hora de você também abandonar sua zona de conforto, perceber que talvez ele possa render mais para a organização e para si próprio ao desempenhar uma função diferente e estimulá-lo a crescer e ampliar horizontes e conhecimentos? E será que com uma boa conversa ele não pode até melhorar na mesma função? E aqueles que apresentam um desempenho acima da média, e que você identifica neles potencial para fazer ainda mais? Por que não trazê-los para perto, transformando-os em aliados e bons exemplos, sem, entretanto, provocar desconfortos em colegas antigos?
O objetivo maior de todo gestor é progredir, alcançar sucesso no segmento e atingir bons resultados com uma equipe coesa, competente e bem afinada.
Sim, sei que não é fácil, mas reside na busca dessas soluções o constante estímulo do bom líder. Com um trabalho bem realizado todos progridem e evoluem e fica mais fácil transformar aspirações individuais em resultados coletivos para a empresa atingir bons resultados. Não esqueça: se todos estiverem bem alinhados, todos saem ganhando.
*Nilton Göedert é sócio e diretor da RG Contadores (GBrasil | SC)
