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01/10/2018

Sol e ventos renovam a matriz energética brasilei

Com um olho no ambiente e outro no custo, cresce, no Brasil, o uso das energias solar e eólica para a geração de eletricidade

A matriz energética brasileira é primordialmente hidrelétrica (70%). Portanto, se chove pouco, são acionadas as termelétricas e a conta fica mais cara. Ainda assim, o consumo de eletricidade no Brasil cresceu 0,8% em 2017 em relação a 2016, totalizando 464 mil GWh (gigawatts/hora), segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), instituição responsável pelo planejamento setorial em conjunto com o Ministério das Minas e Energia. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são 75 companhias de energia elétrica atuando no País, entre concessionárias, permissionárias, geradoras, transmissoras e distribuidoras. No total, são 4.903 empreendimentos em operação com 157 milhões de quilowatts (kW) de potência instalada.

Esse cenário vem sendo transformado por um número crescente de pessoas e empresas que geram a própria energia, seja para fugir das altas de preços ou como preparação para um futuro de escassez. Limpas e renováveis, a eólica e a solar são aquelas com maior potencial de crescimento nos próximos anos.

O empresário Ademar Menezes Júnior, entusiasta da energia solar, há três anos implantou sistemas fotovoltaicos na sua residência e em sua farmácia de manipulação, Oficina de Ervas, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Tomou um empréstimo de R$ 200 mil do Banco do Brasil e contratou o serviço da Blue Sol Energia Solar. “Fui movido pela convicção ambiental: acredito que é preciso fazer algo revolucionário para que tenhamos um futuro neste planeta. E compensou financeiramente”, diz.

Menezes diz que antes gastava R$ 400 por mês com a taxa de luz residencial e, na loja, cerca de R$ 2 mil. Hoje, paga R$ 50 em cada uma. A conta não zera porque a concessionária continua a cobrar pela transmissão e distribuição, já que, no caso, os sistemas funcionam on grid, ou seja, conectados à rede. O excedente gerado é transformado em créditos para uso futuro. Ele calcula que, em seis anos, terá recuperado o valor da instalação.

Mais interessante para quem quer se livrar totalmente da conta de luz é o sistema off grid, que zera a conta. Porém, corre-se o risco de ficar sem energia, caso ocorra um longo período sem sol e o mecanismo não possua uma boa capacidade de armazenamento. Também cresce em 20% o custo de implantação, em razão da necessidade de baterias.

Fonte solar abastece 500 mil

A geração de energia solar cresce rapidamente no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em janeiro de 2018, o País ultrapassou a marca de 1 gigawatt (GW) de capacidade instalada em usinas de fonte solar fotovoltaica conectadas à matriz elétrica nacional. A potência é suficiente para abastecer 500 mil residências. Ainda assim, menos de 1% da eletricidade consumida no País é gerada por essa fonte.

São esperadas expansões, porém. A Absolar calcula que, desde 2014, o setor cresce 300% ao ano. E a meta é chegar a 2026 gerando 8% de toda a energia consumida. Um dos motivos para o otimismo é o índice de irradiação solar sobre o território brasileiro: entre 1.500 e 2.400 KWh m²/ano, bem maior do que o da Alemanha, referência na área, que tem 900 e 1.250 KWh m²/ano. Segundo Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, falta apenas “um programa nacional estruturado para acelerar o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica.”

Eólicas em alta

Outra energia renovável, a eólica, tem crescido mais rapidamente no Brasil. A produção de energia eólica no País atingiu 12,7 gigawatts em 2017, aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). O segmento terminou o ano com 508 parques em operação. Segundo a associação, em média, 18 milhões de residências foram abastecidas mensalmente pela fonte eólica em 2017.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a representatividade da fonte eólica em relação à matriz energética brasileira alcançou 7,4% em 2017. O Brasil agora ocupa o 8º lugar no mundo em capacidade instalada de energia eólica. Em 2016, estava em 9º.

Os ventos consistentes (frequentes, em alta velocidade e com pouca mudança de direção) dão ao Brasil uma média de 39% de aproveitamento da capacidade instalada. É o melhor índice do mundo. A média mundial fica em torno dos 20%. E o Rio Grande do Norte tem índices ainda mais elevados, chegando a 60%. O Estado lidera a produção eólica no País com a maior capacidade instalada, somando 3,5 mil MW, seguido pela Bahia, com 2,4 mil MW.

A presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, prevê que, nos próximos três ou quatro anos, a participação da energia do vento na matriz elétrica brasileira salte dos atuais 8% para 20% da capacidade instalada. A ABEEólica calcula que serão implantados 252 novos parques eólicos até 2023 capazes de gerar um total de 5,8 GW. “O setor eólico está entrando numa fase de maturidade” diz. E enumera vantagens da energia dos ventos: “Renovável; de baixíssimo impacto ambiental; não emite CO2; tem uma das melhores relações entre custo e benefício na tarifa; gera empregos; e incentiva o turismo ao promover desenvolvimento regional.”

Uma luz no fim do lixo

Começaram, em dezembro de 2017, as obras da primeira usina brasileira de geração de energia elétrica a partir do lixo. A Usina Termoquímica de Geração de Energia (UTGE) vai funcionar junto ao aterro sanitário de Boa Esperança, em Minas Gerais, em terreno de 7.800 m² doado pela prefeitura.

Com investimento de R$ 32 milhões, a previsão é que a operação comece em julho de 2019. A UTGE Boa Esperança terá capacidade de geração de 1 MWh de energia elétrica, o que corresponde a 25% de toda eletricidade utilizada no município. O processo eliminará a contaminação do solo e dos lençóis freáticos pelo chorume proveniente do lixo. Se o projeto funcionar a contento, vai ajudar em dois problemas: geração de energia e destinação de lixo, além de ser replicado em outras partes do País.

Clique aqui e confira a reportagem completa na edição n.º 43 da revista Gestão Empresarial.

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