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10/09/2018 - Mulheres vencem preconceito e conquistam espaço no mundo dos negócios

Maioria nas faculdades de Ciências Contábeis, elas também vêm se dedicando mais ao empreendedorismo que os homens

 
As mulheres já são maioria nas escolas de contabilidade, com 57% do total de estudantes nos cursos de Ciências Contábeis no País, o equivalente a 205 mil alunas, segundo o Ministério da Educação (dados de 2016). Nas empresas contábeis, a proporção se inverte: eles representam 57% dos profissionais, e elas, 43% – 222.758 contabilistas do sexo feminino, de acordo com dados de 2018 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). A proporção vem se equilibrando: em 1996, a participação da mulher no cenário contábil era de apenas 27%, contra 77% de registros profissionais masculinos. A entidade prevê que em até cinco anos ocorrerá a equiparação em termos numéricos. 
 
Embora já não exista discrepância na remuneração para homens e mulheres com funções semelhantes na área, segundo a vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, a contadora Sandra Maria Batista, o que falta alcançar são cargos de liderança. “Em 70 anos de existência do nosso conselho, tivemos apenas uma mulher presidente: Maria Clara Cavalcante Bugarim”, exemplifica. Mas a evolução é contínua e irreversível. “Não queremos competir com os homens, apenas evoluir juntos, em pé de igualdade.”
 
A sócia da Eaco Consultoria e Contabilidade, representante GBrasil em Curitiba (PR), Dolores Biasi Locatelli, vem desbravando terreno para as mulheres no mundo contábil desde a década de 1970. Durante anos, foi a única mulher entre os 15 membros do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná. Com outras contadoras, idealizou há 14 anos o Instituto Paranaense da Mulher Contabilista (IPMCont). “A resistência em relação à mulher contabilista sempre foi grande, então, montamos o instituto para trocar ideias e nos prepararmos melhor para assumir nosso papel”, diz.
 
“Tive muitos enfrentamentos, a ponto de precisar me impor e dizer: ‘Minha opinião também deve ser considerada’. Fui ganhando respeito, as portas foram se abrindo. O essencial é estar preparada, com competência e informações atualizadas, para atuar com qualidade”, indica. 
 
Negócios próprios 
 
No empreendedorismo, os avanços femininos são significativos. Segundo a pesquisa “Donos de Negócios – Análise por Gênero 2015”, realizada pelo Sebrae com dados da Pnad/IBGE de 2014, o número de mulheres donas de negócios no País cresceu 34% entre 2001 e 2014, bem mais do que o de homens, que teve um avanço de 14% no mesmo período. Em 2014, um total de 7,9 milhões de brasileiras eram empresárias, sendo 98,5% delas donas de micros e pequenas empresas. 
 
São empreendedoras como Ana Fontes, que deixou o cargo de executiva em uma empresa para trabalhar por conta própria. Fundou o site Elogieaki e, em 2010, foi uma das 35 selecionadas (entre 800 inscritas) para a versão paulista do 10000 Mulheres, projeto global da Goldman Sachs de capacitação feminina em empreendedorismo. Criou então o blog Rede Mulher Empreendedora para compartilhar o conteúdo aprendido. A audiência cresceu de forma exponencial. Em seis meses, já eram 50 mil seguidoras. Hoje, são quase 500 mil. 
 
Um dos entraves ao avanço ainda é a dificuldade que muitas mulheres têm em assumir a gestão financeira do próprio negócio. “Elas costumam delegar essa tarefa ao marido ou a um sócio, em decorrência de uma construção social que coloca o controle financeiro como tarefa masculina”, afirma Ana.
 
Transformação começa em casa
 
A percepção geral é que o preconceito contra a mulher, embora menor, ainda existe. A jornalista Neivia Justa, primeira mulher a chegar à direção da Goodyear em 99 anos de existência da multinacional, luta contra a invisibilidade das mulheres no mundo dos negócios. Criadora da campanha #Onde Estão as Mulheres?, ela exemplifica que reportagens sobre eventos corporativos normalmente mostram apenas homens. 
 
“A questão da igualdade de gênero passou a ser o propósito da minha vida, inclusive por causa das minhas duas filhas", ressalta. Para Neivia, a mudança deve começar em casa e na escola, para que as novas gerações superem o machismo. “Eu me propus a ser agente de transformação e ajudar a promover o debate.”
 
Leia a matéria completa na edição de n.º 43 da revista Gestão Empresarial.

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